10 de janeiro de 2012

.Novo amigo

E ligo pra ele, meu mais novo amigo. Ele chega com seu carro enorme e me ajuda a subir. Vamos sempre jantar em lugares chiques e bregas e divertidos. E me dá preguiça mas é melhor do que ficar em casa ou no telefone. E ele me elogia, diz que branquinha assim, eu sou tão diferente de tudo. E eu quero explicar que sou sim diferente de tudo, mas nada tem a ver com a epiderme. E ligo pra ele, o homem que sempre quer me ver mas nunca diz diretamente e acabamos não marcando. E moramos tão perto. E ele me explica que é complicado, se eu soubesse. E eu finjo não saber. E eu só viajo naquela voz, naqueles silêncios, em como ele nunca sabe o que me dizer e fica pensando e pensando. Em como eu, tão boba, deixo ele bobo (...) e eu nem lembro dele, mas lembro o que senti quando o vi pela primeira e única vez...

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